quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Artista com galeria em Balneário Camboriú expõe sua arte em São Paulo

Emanuel Nunes, com ateliê em Balneário Camboriú,
esporá suas arte em galeria na cidade de São Paulo, na Próxima semana
Autor das obras “Guardiões da Natureza”, instaladas em plena Avenida Brasil, em São Paulo, Emanuel Vasco Nunes é um escultor construtivista que traz a elaboração da modelagem e as relações de ligação e dualidade do ser humano com a natureza como principais características de seu trabalho. Conceito, aliás, que surge claramente nas peças que estarão expostas na Galeria É, do fotógrafo francês Jerôme Sainte Rose, a partir da próxima quinta-feira, 26, data de lançamento da mostra do escultor.
O artista coordena um ateliê de obras de arte em Balneário Camboriú, Santa Catarina, na Rua 2870, nº 906. Casado com a catarinense Fernanda Rosenfelder, Emanuel recentemente participou do projeto Cidade Linda, criado pela gestão do Prefeito João Doria, em São Paulo, ocasião na qual presenteou o gestor com uma escultura de bronze, representando o projeto.
Nascido em Moçambique e radicado no Brasil, o artista ainda estabelece a simplificação das formas, que combinam a arte e indivíduo em obras de arte carregadas de significados sagrados, representadas pelo que ele define como máscaras. “Esses elementos místicos aparecem nessas obras que retratam o ser humano sem rosto, apenas com olhos, nariz e boca demarcados pela metade e com a ausência da retina para justamente ser vista pelo olhar e percebida através dos sentidos e pelo ato de comunicar. O observador fecha esse ciclo”, explica. “O nosso rosto é para os outros. A outra parte, que é nossa, são os sentimentos, e esses nem todos conseguem enxergar”, completa Emanuel, que por ser um artista moçambicano traz muitas referências africanas em sua obra, em especial esses conceitos que unem a natureza e o espiritual humano às ideias de ligação e purificação pela modelagem e construção das obras. “A escultura vem da África. É só lembrar os escudos e máscaras que usavam para caçar. E eu gosto de formas, de transformar materiais. Trabalho com bronze, metal e outras matérias-primas. Me tornei escultor justamente por essa dificuldade em se fazer e construir algo, e assim deixar um marco como artista”, finaliza o escultor que possui obras distribuídas em várias partes do mundo como Portugal, Rússia, França, Estados Unidos, Itália, Turquia, Holanda, Suíça e Espanha.

Sobre o artista

Nasceu em Maputo, Moçambique, em 26 de fevereiro de 1968. Com pais portugueses e uma única irmã, é o primogênito. A mãe era analista química e o pai técnico em metalúrgica e artista plástico por opção, vindo daí, seu interesse precoce pelas artes e pelas construções.  
Em 1974, seus pais emigraram para o Malawi, em decorrência da guerra civil deflagrada no país pela independência de Portugal. Em Malawi realizou seus estudos primários.
Em 1977, aos 9 anos, viaja com a família para Lisboa, onde fixam residência. Seu interesse pela arte o levou para Escola Industrial de Lisboa, onde se profissionalizou e dominou a técnica de fundição.
Dos 16 aos 18 anos, frequentou a Escola de Belas Artes como aluno assistente, aprendendo a moldar nos ateliês dos grandes mestres da escultura como João Fragoso e Dorita Castelo Branco, “Deu-me a mão e me ajudou muito, acompanhei-a durante dez anos até o fim de sua vida”.
Em 1985, dos 18 aos 21 anos, inscreveu-se em cursos de fundições em “cera perdida”, na Fundição K na Espanha e na Fundição do Museu do Louvre, na França. Todo conhecimento e experiência adquiridos fizeram-no mestre em fundição de obras de arte. No ano, abriu sua própria empresa, a Fundarte (1985-2005), com dez colaboradores e seu pai, iniciando sua atividade de fundidor e restaurador de obras de artes de grande porte, o que lhe deu projeção e reconhecimento internacional. Podemos citar a maior obra escultórica construída e exposta em Portimao com 12 metros de altura e pesando 20 toneladas. Outro destaque é a reprodução da Deusa Kum lam, com 25 metros de altura e 50 toneladas de autoria de Cristina Rocha Leiria oferecida pelo Presidente da República, Jorge Sampaio ao território de Macau, no dia em que passou ser governado da China.
Simultaneamente durante 05 anos frequentou o Laboratório Nacional de Engenharia (LNEC) onde apreendeu a técnica de “cera perdida”. Neste universo das artes, se identificou como a terceira mão do artista, aquela que nunca aparece, em que o escultor trabalha a peça de barro, gesso ou desenhos e depois reproduz em qualquer escala e material.
Seus trabalhos encontram-se expostos em museus, espaços públicos e privados em Portugal, Moscou, Turquia, França, Itália, Holanda, Madeira, Açores, Suíça, Espanha e Estados Unidos. Todas as obras expostas estão assinadas com o carimbo da Fundição Fundarte, onde representa a fundição, ateliê e qualidade do processo em “cera perdida”
Em 2004, sofre um grande golpe, a morte daquela que sempre o compreendeu, apoiou e acreditou em seu talento, sua mãe. Esse foi um fato que o motivou a rever sua jornada de trabalho e realizações pessoais.
Em 2005, em visita ao Brasil, o que estava latente em sua alma, o amor à arte e o desejo de ser autor das suas próprias esculturas, aflora e posterga seu retorno a Lisboa. Com apoio de amigos portugueses, residentes no Brasil, consegue trabalhar em diversas áreas em São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados.
Em 2007 em uma viagem a trabalho, chega ao Estado de Santa Catarina, identificando-se imediatamente com o povo e a cultura, onde decidiu ficar e não retornar a Portugal. Sendo um novo recomeço, agora como escultor e fundidor dos seus próprios trabalhos. Por três anos sua residência foi em Rio do Sul-SC, desenvolvendo sua carreira como Escultor.
Em 2010 mudou-se para Balneário Camboriú abrindo seu próprio ateliê. Com seu talento já reconhecido e admirado, participa de exposições pelo Brasil e passa a executar magníficas obras para edifícios, residências, praças parques e jardins.
Em 2011, obtém o visto perante o país e é declarado oficialmente cidadão brasileiro. Assume a função de vice-presidente da Associação de Artistas Plásticos e Preservação da Natureza do Meio Ambiente (ACAPPMA).
Em 2017 se deu a perda de seu pai Eduardo Rafael, grande influenciador e motivador da sua carreira como artista. Quando criança foi seu mentor seu ídolo, passando momentos admirando seu pai a pintar as paisagens inóspitas da selva africana.

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